A proposta da ANS de criar planos de saúde reduzidos tem causado muita controvérsia. Qual é a sua opinião sobre essa medida?

Essa proposta representa um retrocesso preocupante para os direitos dos consumidores. Oferecer planos que não cobrem urgência, emergência, internações ou terapias pode gerar uma falsa sensação de segurança. Na prática, o consumidor pagaria por um serviço que, nos momentos mais críticos, simplesmente não estaria disponível.

Quais são os principais riscos que os consumidores podem enfrentar com esses planos reduzidos?

O maior risco é ser pego de surpresa: o usuário descobre um problema grave em uma consulta ou exame coberto, mas não consegue dar continuidade ao tratamento porque o plano não cobre internação, cirurgia ou terapias. Isso cria uma lacuna perigosa e pode sobrecarregar ainda mais o SUS, além de gerar angústia e insegurança para o paciente.

O que os consumidores devem fazer se forem surpreendidos com a redução de cobertura ou com o cancelamento do plano de saúde?

É essencial buscar orientação jurídica. Muitas vezes, o consumidor não é devidamente informado sobre as limitações do plano ou sofre com mudanças contratuais abusivas. Nesses casos, é possível questionar a operadora e até acionar o Judiciário para garantir o atendimento adequado.

Como essa proposta da ANS pode impactar o mercado de planos de saúde no longo prazo?

Se aprovada, essa medida pode aumentar a desigualdade no acesso à saúde suplementar. Em vez de garantir mais acesso, pode resultar em planos mais baratos, porém ineficientes, que não atendem de fato as necessidades reais da população. A longo prazo, isso pode fragilizar o próprio sistema de saúde suplementar e aumentar a judicialização.